Você sabe quanto vale a água que consome?
Arjen Hoekstra, criador do conceito de pegada hídrica, esteve no Brasil, recentemente, para explicar para empresas e setores do governo como utilizar essa ideia que pode otimizar o uso deste precioso recurso natural
Ivany Turíbio - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 18/03/2011
Planeta Sustentável - 18/03/2011
Você imagina quanta água é necessária para produzir uma simples xícara de café? Ou quanto dela é gasto para a produção de um quilo de carne bovina? E a roupa que está usando, sabe quanta água foi necessária para produzi-la? Quando você souber quanto de água é gasto para a produção de cada produto, em todas as etapas do processo - a chamada água virtual - , começará a ter uma noção do tamanho da sua pegada hídrica.
O nome pode parecer estranho, mas pegada hídrica é um indicador de quanta água doce é usada por um consumidor ou por uma fábrica, uma fazenda, enfim, um produtor. Na prática, significa um método para contabilizar a quantidade de água necessária para produzir bens e serviços e, também, dar-lhe visibilidade, ajudando a preservar a água doce do planeta.
O professor Arjen Hoekstra, da ONG Water Footprint Network*, em parceria com WWF-Brasil, The Nature Conservancy e USP de São Carlos, realizou uma série de cursos e palestras com instituições-chave do país para explicar o conceito, mas ainda é novidade em todo mundo.
Segundo Hoekstra, grandes multinacionais - como Coca-Cola, Nestlé e Unilever, só para citar algumas - já estão considerando a pegada hídrica em seus cálculos de produtividade. Mas os resultados efetivos não devem ser visíveis em menos de dez anos. "A pegada hídrica implica num longo processo, na criação de leis que podem levar de cinco a dez anos para ser implementadas. É preciso lembrar que começamos a falar em mudanças climáticas há apenas 20 anos. E só agora vemos a criação do Protocolo de Kyoto", explicou, com voz pausada e serena, o especialista holandês, em encontro com a imprensa.
No Brasil já há empresas associadas ao Water Footprint Network (Rede da Pegada Hídrica), como Natura e Ambev. E não apenas isso. O governo brasileiro também mostrou interesse pela inovação e compareceram com representantes da ANA - Agência Nacional de Águas aos encontros que aconteceram na semana passada. "Houve uma sinalização positiva para incorporar a pegada hídrica como instrumento de medida para avaliar a qualidade, quantidade e disponibilidade de oferta de águas entre as regiões do país", contou o biólogo Samuel Barreto, da WWF-Brasil. Para ele, o conceito aprimora a leitura sobre a gestão brasileira da água, seja por parte do governo, seja por parte das empresas. "Como todo mecanismo de eficiência, leva tempo para ser implementado, mas resulta por ser mais econômico", afirmou.
E O QUE ISTO TEM A VER COM VOCÊ
E que diferença faz cada um de nós saber que, para produzir uma xícara de café, são gastos 140 litros de água, desde o plantio até a produção da bebida? Ou que um quilo de carne bovina consome 15,5 mil litros desse precioso líquido? A resposta está na possibilidade de se fazer escolhas mais conscientes e responsáveis.
A pegada hídrica de um consumidor brasileiro, segundo os cálculos do professor Hoekstra, é de 3.780 litros por dia, dos quais apenas 5% são consumidos dentro de casa em atividades cotidianas como higiene, limpeza e alimentação. Os outros 95% correspondem à chamada "pegada invisível", presente em produtos industriais e agrícolas.
Para Ruth Mathews, diretora-executiva da Water Footprint Network a pegada hídrica é um recurso importante para se conhecer quanta água usamos, de onde vem e como cada um pode contribuir para que o próprio consumo de água seja sustentável.
Hoekstra lembra que, em 2050, seremos mais de 9 bilhões de pessoas no mundo e que, hoje, já consumimos 30% a mais do que os recursos naturais existentes permitem. E o especialista conclui: "Inverter essa curva de degradação tornou-se uma questão urgente!".
O nome pode parecer estranho, mas pegada hídrica é um indicador de quanta água doce é usada por um consumidor ou por uma fábrica, uma fazenda, enfim, um produtor. Na prática, significa um método para contabilizar a quantidade de água necessária para produzir bens e serviços e, também, dar-lhe visibilidade, ajudando a preservar a água doce do planeta.
O professor Arjen Hoekstra, da ONG Water Footprint Network*, em parceria com WWF-Brasil, The Nature Conservancy e USP de São Carlos, realizou uma série de cursos e palestras com instituições-chave do país para explicar o conceito, mas ainda é novidade em todo mundo.
Segundo Hoekstra, grandes multinacionais - como Coca-Cola, Nestlé e Unilever, só para citar algumas - já estão considerando a pegada hídrica em seus cálculos de produtividade. Mas os resultados efetivos não devem ser visíveis em menos de dez anos. "A pegada hídrica implica num longo processo, na criação de leis que podem levar de cinco a dez anos para ser implementadas. É preciso lembrar que começamos a falar em mudanças climáticas há apenas 20 anos. E só agora vemos a criação do Protocolo de Kyoto", explicou, com voz pausada e serena, o especialista holandês, em encontro com a imprensa.
No Brasil já há empresas associadas ao Water Footprint Network (Rede da Pegada Hídrica), como Natura e Ambev. E não apenas isso. O governo brasileiro também mostrou interesse pela inovação e compareceram com representantes da ANA - Agência Nacional de Águas aos encontros que aconteceram na semana passada. "Houve uma sinalização positiva para incorporar a pegada hídrica como instrumento de medida para avaliar a qualidade, quantidade e disponibilidade de oferta de águas entre as regiões do país", contou o biólogo Samuel Barreto, da WWF-Brasil. Para ele, o conceito aprimora a leitura sobre a gestão brasileira da água, seja por parte do governo, seja por parte das empresas. "Como todo mecanismo de eficiência, leva tempo para ser implementado, mas resulta por ser mais econômico", afirmou.
E O QUE ISTO TEM A VER COM VOCÊ
E que diferença faz cada um de nós saber que, para produzir uma xícara de café, são gastos 140 litros de água, desde o plantio até a produção da bebida? Ou que um quilo de carne bovina consome 15,5 mil litros desse precioso líquido? A resposta está na possibilidade de se fazer escolhas mais conscientes e responsáveis.
A pegada hídrica de um consumidor brasileiro, segundo os cálculos do professor Hoekstra, é de 3.780 litros por dia, dos quais apenas 5% são consumidos dentro de casa em atividades cotidianas como higiene, limpeza e alimentação. Os outros 95% correspondem à chamada "pegada invisível", presente em produtos industriais e agrícolas.
Para Ruth Mathews, diretora-executiva da Water Footprint Network a pegada hídrica é um recurso importante para se conhecer quanta água usamos, de onde vem e como cada um pode contribuir para que o próprio consumo de água seja sustentável.
Hoekstra lembra que, em 2050, seremos mais de 9 bilhões de pessoas no mundo e que, hoje, já consumimos 30% a mais do que os recursos naturais existentes permitem. E o especialista conclui: "Inverter essa curva de degradação tornou-se uma questão urgente!".
Quando nos deparamos com informações do tipo:
- para se produzir um quilo de arroz, gastam-se 3 mil litros de água;
- um quilo de carne de boi, 15.500 litros de água;
- um litro de leite, mil litros de água e
- uma xícara de café, 140 litros de
água, estamos diante da média global de consumo de água na cadeia produtiva dessas mercadorias.
Mas esses dados podem variar muito de um país para outro e mesmo entre produtores de locais não muito distantes, que utilizem tecnologias diferentes. A própria Water Footprint tem mapas que mostram a enorme variação da pegada de água em função do local onde um produto é fabricado.
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