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quinta-feira, 2 de julho de 2015

92 dias

92 dias

A grande alegria de poder fazer parte da formação educacional dos estudantes tem dividido lugar com incertezas de um futuro profissional digno, nos últimos tempos.
Jamais poderia querer estar em outro lugar que não seja a sala de aula, porém o amor a minha profissão não é cego.

Condições estruturais precárias, violência, vulnerabilidade social e descaso do poder público são algumas das mazelas que estão presentes no cotidiano de todo professor paulista neste momento.

No dia 13 de março de 2015, por meio de assembleia, convocada pela APEOESP, foi decidido que a educação pública paulista entraria em greve. Em busca de 33 pontos de reivindicação, entre eles: a diminuição do número de alunos por sala; a reabertura de salas de aulas fechadas; a valorização profissional e a equiparação salarial com outros profissionais de nível superior.

Foram 92 árduos dias de luta. Nenhum dos pontos da pauta de reivindicação atendidos, truculência e indiferença por parte de Alckmin e seu secretario da Educação Fernando Padula, foram a grande marca desta batalha.

"Não tem arrego" tornou-se o grito de guerra de toda a categoria,e mais do que isso, tornou-se um lema que carregava o sentimento de insatisfação e de união daqueles, que por muitas vezes encontravam-se desamparados, sem apoio até mesmo da família.

Participar deste grande momento histórico foi motivo de muito orgulho, pois muito embora não estivéssemos em sala, jamais deixamos de dar aula de cidadania na prática... "Hoje a aula é na rua e o tema é a luta pela educação de qualidade."

Passeatas pacíficas, panfletagens, reuniões com a comunidade e de comando de greve, realização de ações para o fundo de greve, discussões acerca dos direitos dos trabalhadores... absolutamente tudo, foi extremamente enriquecedor!

Enfim, após tantos dias de luta, alguns guerreiros caíram. Outros reforçaram o sentimento de não rendição ás táticas fascistas deste desgoverno truculento que tem por finalidade o extermínio da educação paulista, implantando uma politica de meritocracia que não atende em nada as necessidades dos nossos alunos.

A greve chegou ao fim. Nenhum ponto de pauta atendido. Professores com desconto de seus dias de greve, em folha. Ataques e mais ataques contra os trabalhadores da educação.

E mesmo com esse desfecho (não favorável), nós professores jamais poderíamos afirmar que fomos derrotados, pois no retorno ás salas recebemos a enxurrada de amor vinda de nossos alunos. Ter esse reconhecimento por parte do alunado reforça o sentimento de ter feito a coisa certa. Não haveria outra possibilidade que não envolvesse a luta.

Em sala , em meio a euforia do retorno, os abraços e todo carinho dispensado pelos pequenos,e pelos não tão pequenos assim, foi feita uma grande discussão acerca da nossa conjuntura politico-educacional. Engana-se, aquele que pensa que os estudantes estão alheios ao coas da Educação pública paulista.
A volta foi marcada por demonstrações de afeto nas queridas cartinhas, feitas por aqueles que merecem toda nossa gratidão e nosso espírito de luta e inquietação.
 
Consegui captar um pouco do sentimento do período da greve pela ótica dos alunos, o resultado foi esse:












Dentro destes dias da luta foram muitas as situações...


Esta foi a recepção dedicada aos professores em dias em que haviam reuniões na Secretaria da Educação: topa de choque


Barney e Heitor em apoio a nossa luta

,
 Professores Antônio, Glória, Luciana e Carla (Sem Arrego)


 Ato em desagravo á greve dos professores


                        Luciana Calderari, Luciana Moraes e Carla em ato na escola Marlene ( Mauá)

 Assembleia 12\06


Dispensa legenda

 Ato Regional Ribeirão Pires

Paulista 

 Mauá

 Até o final

 Umas das muitas assembleias onde o professorado lotou o vão do Masp

Ato Regional

o/


Fotos compiladas a partir de perfis pessoais dos professores grevistas 


A educação é um ato de amor, por... Paulo Freire


A luta é árdua, contínua e está longe do fim!
NÃO TEM ARREGO!



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